Servidor denuncia racismo de chefe que aparece em vídeo fazendo saudação nazista
Guarda contou que após denunciar o caso, Prefeitura de Goianira apenas os trocou de turno
Da Redação - Goiânia, GO

Imagem mostra servidor fazendo saudação nazista após enaltecer líderes fascistas em Goianira Goiás
Imagem: Arquivo Pessoal/Vítima que não quis se identi
Um guarda municipal, que preferiu não se identificar, denunciou sofreu racismo de um supervisor em Goianira, na Região Metropolitana da capital. O servidor disse que o homem fazia comentários racistas e homofóbicos com frequência durante o expediente de trabalho e, quando denunciou o caso, a Prefeitura de Goianira apenas os colocou em turnos diferentes.
“Desde quando eu comecei a trabalhar ele vem fazendo comentários racistas e homofóbicos e eu vendo indagando e falando que isso ia dar problema. Ele já disse que não gosta de negros. Certo dia ele fez uma 'piada' racista, eu retruquei e ele disse: ‘Eu não sou fã de preto não, às vezes até uma ‘pretinha’, mas de preto não’”, descreveu.
O servidor contou ainda que o chefe disse: “Eu não gosto de negros, uma vez minha filha queria namorar e eu neguei esse namoro porque o cara era negro”. Além dos comentários racistas, o homem teria feito também elogios a Adolf Hitler e Benito Mussolini e uma saudação nazista, que foi registrada por câmeras de segurança e motivaram que ele denunciasse o caso.
“Aquela conversa estava me incomodando, eu falei para ele parar. Ele levantou, saiu da sala, depois retornou, se posicionou na minha frente, fez uma saudação nazista e disse ‘Hi Hitler’. Isso ‘pra’ mim foi a gota d’água”, contou.
Conforme a vítima disse à polícia, o suspeito dizia que seu avô lutou nas “guerras nazistas” e, mesmo sendo advertido por ele, não parava com as ofensas.
Denúncia de omissão
O vídeo da saudação nazista foi feito em 28 de dezembro do ano passado. Após a gravação, o servidor contou que descreveu todos os comentários a um coordenador, que acionou a Prefeitura de Goianira.
Após a reclamação, a prefeitura trocou os grupos de trabalho e tirou vítima e suspeito do mesmo turno, além de informar que tomariam as medidas cabíveis, segundo o denunciante.
Revoltado com a “solução” dada pela prefeitura, em janeiro o servidor registrou o caso na Polícia Civil. A corporação informou que investiga o caso e está coletando os depoimentos.
Apoio
A Associação das Guardas Civis do Estado de Goiás (Agcgo) denunciou o caso ao Ministério Público de Goiás na última quarta-feira (25). No pedido, a entidade solicitou o afastamento do servidor suspeito de racismo e do supervisor que mudou os dois de grupos, após a denúncia.
“Com eles em plena atividade, podem subtrair provas, ameaçar testemunhas e colocar em perigo de morte o servidor, pois o mesmo teme por sua própria vida”, pontua a entidade no pedido.
Em nota, a 3ª Promotoria de Justiça de Goianira disse que "já tomou ciência da notícia de fato e, a partir dela, oficiou à delegacia de polícia local para que explique as providências tomadas naquele âmbito, tendo em vista que lá é que foi registrada a ocorrência. Só depois disso, a promotoria poderá tomar as providências cabíveis. No âmbito administrativo, o servidor denunciado foi afastado de suas funções até que as investigações sobre o caso sejam concluídas".
FALE COM A GENTE
Dúvidas, sugestões de reportagens ou denuncias envie e-mail para redacao@goiáscapital.com
Veja também

Psicóloga morre após passar mal ao receber contraste para exame em clínica
Contraste

Motorista fica gravemente ferido ao capotar na BR-153 em Hidrolândia
Acidente

Influencer que zombou de vaga para autista pagará R$ 10 mil em acordo
Preconceito