Lula manda demitir presidente do INSS; veja o que se sabe da fraude
Presidente e outros cinco servidores do INSS foram alvos de uma operação coordenada pela PF e pela CGU nesta quarta-feira
Redação - Goiânia, GO

Presidente do INSS, Alessandro Stefanutto
Imagem: (Foto: Agência Brasil)
Alvo de uma operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) na manhã desta quarta-feira (23), o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, será exonerado nas próximas horas. A decisão foi tomada pelo presidente Lula e comunicada ao superior imediato dele, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Domicílios ligados a Stefanutto foram sede do cumprimento de mandados de busca e apreensão por parte das forças policiais, que investigam indícios de um esquema que fazia descontos não autorizados em aposentadorias e pensões – fraude que afetou milhões de beneficiários.
A PF e a CGU calculam que os desvios praticados entre 2019 e 2024 podem ter chegado a R$ 6,3 bilhões. O esquema se valia de entidades que cobravam mensalidades dos aposentados e pensionistas, sem autorização. Elas supostamente ofereciam serviços como academias e planos de saúde, mas não tinham estrutura para isso e tampouco autorização dos beneficiários para fazer tal desconto. Todas as assinaturas feitas nos processos eram falsificadas.
Além de Stefanutto, cinco servidores do INSS foram afastados. O ministro da CGU, Vinicius Carvalho, entrevistou uma amostra de 1.300 aposentados e pensionistas, entre os quais 97% afirmaram nunca terem autorizado descontos em seus benefícios. “A maioria dessas pessoas não tinha autorizado esses descontos, que eram em sua maioria fraudados, em função de falsificação de assinaturas”, disse Carvalho.
Quem são os servidores do INSS afastados
o procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho;
o coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente do INSS, Giovani Batista Fassarella Spiecker;
o diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, Vanderlei Barbosa dos Santos;
o coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios do INSS, Jacimar Fonseca da Silva;
o sexto colaborava com as fraudes e não teve o nome divulgado.
Cinco pessoas foram presas
A operação desta quarta cumpriu 211 mandados de busca e apreensão em 34 municípios.
Cinco pessoas já foram presas e uma estava foragida até a última atualização desta reportagem. Os investigados são de entidades associativas de Sergipe.
Há também ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão.
Segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, foram apreendidos carros de luxo, joias, obras de arte e dinheiro vivo.
Os investigados poderão responder pelos seguintes crimes:
- corrupção ativa
- corrupção passiva
- violação de sigilo funcional
- falsificação de documento
- organização criminosa
- lavagem de capitais.
Operação simultânea em 13 estados e no DF
Alguns dos mandados foram cumpridos no Distrito Federal, inclusive na sede do INSS.
A operação acontece também nos estados de:
- Alagoas
- Amazonas
- Ceará
- Goiás
- Maranhão
- Mato Grosso do Sul
- Minas Gerais
- Paraná
- Pernambuco
- Rio Grande do Norte
- Rio Grande do Sul
- São Paulo
- Sergipe.
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